A carta que vai na News de hoje foi para a Duda, minha filha, mas poderia ser para você, que muitas vezes se sente culpada por brilhar. Já perdi a conta de quantas clientes atendi que vinham com o discurso de “sou dos bastidores”, mas por trás disso, o que existia era um profundo medo do sucesso, de brilhar, de aparecer.
Sempre digo que todo comportamento tem uma intenção positiva ou, como a psicanálise diz: um benefício secundário. Pode ser que você seja dos bastidores mesmo, e conheço excelentes pessoas assim. Mas, pode ser também, que você se apoie nessa crença para não aparecer e não se conectar com registros ruins que vêm à sua memória quando o assunto é estar sob a luz dos holofotes.
É a famosa Síndrome do papel celofane - quanto mais invisível, melhor. “Quanto mais invisível, menor a chance de ser criticada”; “quanto menos aparecer, menos vou ser cobrada”; “quanto menos brilhar, mais aceita serei no grupo”; “quanto mais acertar, menos serei notada e menos trabalho eu dou”.
Brilhar definitivamente não é sinônimo de arrogância ou ego inflado. Tudo depende de como você olha para uma purpurina que, muitas vezes transborda de você, mesmo que você não faça nenhuma força para isso.
Aqui, a carta endereçada à Duda. Mas pode se considerar uma destinatária dela também.
Duda,
Você brilha quando transborda amor. Você brilha quando tem tanto amor dentro de si e por si, que tem para dar ao outro. É... A primeira coisa que precisamos aprender é que só transbordamos aquilo que pode ir para além do “nosso copo”.
Você brilha quando se oferece para ajudar o outro, quando escuta não só com os ouvidos, mas com o coração e brilha quando é empática, sabendo se colocar no lugar de alguém, enxergando a dor dessa pessoa, por mais que você não a sinta.
Você brilha quando genuinamente fica feliz com a conquista de alguém importante para você, ainda que não esteja num bom momento da sua vida. Porque isso é transbordar amor e verdade.
Você brilha sim, quando alcança um sonho e se permite comemorá-lo, da forma que quiser, independentemente do que o outro pense a respeito disso.
Você brilha quando é carismática, engraçada, leve e entende que para ser assim, não precisa ser ácida ou ferir pessoas.
Você brilha quando sorri de dentro para fora, quando solta uma gargalhada no meio de uma apresentação da escola, quando não se importa com o que o outro vai pensar pelo fato de você falar suas “besteiras” e fazer suas gracinhas.
Você brilha quando, mesmo de saco cheio ou mal-humorada, é capaz de tratar bem as pessoas.
Você brilha quando alguém quer apagar o seu brilho, e por mais difícil que seja, por mais que doa no seu coração, você o tem tão forte dentro de si, que é capaz de reacendê-lo quantas vezes forem necessárias. Simplesmente porque o “fósforo” para isso não está fora, está dentro de você.
É aquilo que alguns chamam de poder pessoal, mas eu prefiro chamar de amor. Quando você transborda AMOR, brilha.
E não, meu amor, nunca pense que é errado ficar feliz por uma amiga, comemorar com ela, transbordar esse amor que existe dentro de você. Isso faz com que você seja uma humana diferente, num mundo tão doido como o de hoje.
O problema é que muitas vezes, o brilho incomoda. E então, perdemos uma coisinha aqui, outra ali, e começamos a criar um sentimento de que “é feio brilhar”.
E começamos a ter vergonha de ser quem somos, de transbordar alegria quando conquistamos algo, e vamos ficando “escuras”.
Nunca sofra por SER amor. Nunca se CULPE por brilhar.
Isso é que faz você ser A DUDA. Isso é que faz você, sim, ter suas “sombras”, mas, por causa do seu brilho, poder olhá-las com carinho e compaixão.
Então, para os dias difíceis, lembre-se que você só precisa acender o fósforo do seu foguinho interno, que você começa a brilhar de novo. Isso vai esquentar e trazer paz para o seu coração.
Lembre-se do que a mamãe sempre diz para você: às vezes, os dias são cinzas, mas quando somos coloridas por dentro, temos a capacidade de mudar isso. Só depende de nós.
Jamais esqueça o seu brilho!
Te amo,
Mamãe.
Talvez, você tenha escolhido a invisibilidade até agora, mas pode decidir parar aqui, entendendo que existe um longo caminho a ser percorrido nessa jornada.
Lembre-se: jamais esqueça o seu brilho!
Com carinho,
Debs Aquino
Não sei por que eu tinha perdido esta edição e só a encontrei hoje nas minhas não lidas! Mas ela foi sem escala para as "lidas e salvas", porque esta mensagem é algo que preciso tomar na veia mensalmente!
Caiu um cisco aqui...